Regra de São Bento – trecho 112
21 abril
21 agosto
21 dezembro
[7] Pense sempre o Abade ordenado no ônus que recebeu e a quem deverá prestar contas da sua administração, [8] e saiba convir-lhe mais servir que presidir. [9] Deve ser, pois, douto na lei divina para que saiba e tenha de onde tirar as coisas novas e antigas; deve ser casto, sóbrio, misericordioso [10] e faça prevalecer sempre a misericórdia sobre o julgamento, para que obtenha o mesmo para si. [11] Odeie os vícios, ame os irmãos. [12] Na própria correção proceda prudentemente e não com demasia, para que, enquanto quer raspar demais a ferrugem, não se quebre o vaso; [13] e suspeite sempre da própria fragilidade, e lembre-se que não deve esmagar o caniço já rachado. [14] Com isso não dizemos que permita que os vícios sejam nutridos, mas que os ampute prudentemente e com caridade, conforme vê que convém a cada um, como já dissemos; [15] e se esforce por ser mais amado que temido. [16] Não seja turbulento nem inquieto, não seja excessivo nem obstinado, nem ciumento, nem muito desconfiado, pois, nunca terá descanso; [18] seja prudente e refletido nas suas ordens, e quer seja de Deus, quer do século o trabalho que ordenar, faça-o com discernimento e equilíbrio, [18] lembrando-se da discrição do santo Jacó, quando diz: “Se fizer meus rebanhos trabalhar andando demais, morrerão todos num só dia”. [19] Assumindo esse e outros testemunhos da discrição, mãe das virtudes, equilibre tudo de tal modo, que haja o que os fortes desejam e que os fracos não fujam; [20] precipuamente, conserve em tudo a presente Regra [21] para que, depois de ter bem administrado, ouça do Senhor o que disse ao bom servo que distribuiu o trigo a seus conservos no devido tempo: [22] “Na verdade vos digo – diz – estabelece-o sobre todos os seus bens”.