Regra de São Bento – trecho 010
10 janeiro
11 maio
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CAPÍTULO 2 – Como deve ser o Abade
[1] O Abade digno de presidir ao mosteiro, deve lembrar-se sempre daquilo que é chamado, e corresponder pelas ações ao nome de superior. [2] Com efeito, crê-se que, no mosteiro ele faz as vezes do Cristo, pois é chamado pelo mesmo cognome que Este, [3] no dizer do Apóstolo: “Recebestes o espírito de adoção de filhos, no qual clamamos: ABBA, Pai.[4] ” Por isso o Abade nada deve ensinar, determinar ou ordenar, que seja contrário ao preceito do Senhor, [5] mas que a sua ordem e ensinamento, como o fermento da divina justiça se espalhe na mente dos discípulos; [6] lembre-se sempre o abade de que da sua doutrina e da obediência dos discípulos, de ambas essas coisas, será feita apreciação no tremendo juízo de Deus.
[7] E saiba o Abade que é atribuído à culpa do pastor tudo aquilo que o Pai de família puder encontrar de menos no progresso das ovelhas. [8] Em compensação, de outra maneira será, se a um rebanho irrequieto e desobediente tiver sido dispensada toda diligência do pastor e oferecido todo o empenho na cura de seu atos malsãos; [9] absolvido então o pastor no juízo do Senhor, diga ao mesmo com o Profeta: “Não escondi vossa justiça em meu coração, manifestei vossa verdade e a vossa salvação; eles, porém, com desdém desprezaram-me”. [10] E então, finalmente, que prevaleça a própria morte como pena para as ovelhas que desobedeceram aos seus cuidados.